Por Tom Balmforth e Anton Zverev
MOSCOU (Reuters) - Alexei Navalny, crítico do Kremlin atualmente preso, disse nesta segunda-feira que está com uma tosse forte e temperatura alta e que três dos 15 detentos de sua ala de uma prisão russa estão recebendo tratamento hospitalar para tuberculose.
Navalny, de 44 anos, um crítico proeminente do presidente russo, Vladimir Putin, anunciou uma greve de fome na semana passada para protestar contra o que disse ser a recusa das autoridades prisionais de lhe proporcionar cuidados médicos adequados para dores agudas nas costas e nas pernas.
Seus aliados disseram que realizarão um protesto contínuo diante da prisão a partir de terça-feira, a menos que ele seja examinado por um médico de sua escolha e receba o que consideram remédios apropriados.
A mídia estatal e alguns membros de um grupo de monitoramento de prisões o acusam de fingir seus problemas médicos para manter a atenção do público, algo que Navalny e seus aliados negam.
Nesta segunda, Navalny disse que uma terceira pessoa de sua ala foi hospitalizada com tuberculose e que está com tosse e temperatura alta, e ironizou dizendo que pegar a doença pode aliviar alguns de seus outros males.
"Se eu tiver tuberculose, ela expulsará a dor nas minhas costas e o entorpecimento nas minhas pernas. Isso seria bom", escreveu ele no Instagram.
"Cito as estatísticas oficiais da medição de temperatura de hoje: 'Navalny A.A., tosse forte, temperatura 38,1'", disse ele em uma publicação no Instagram, acrescentando que planeja manter a greve de fome.
Na maioria dos casos, uma temperatura acima de 38 graus Celsius indica uma febre causada por uma infecção ou doença.
Os advogados de Navalny o visitam com frequência sob custódia e o ajudam a continuar publicando mensagens na redes sociais.
Autoridades da colônia penal corretiva IK-2, localizada 100 quilômetros a leste de Moscou, onde o político de oposição está sendo mantido não responderam de imediato a um pedido de comentário sobre um surto de tuberculose ou sobre a tosse e a temperatura de Navalny.
(Reportagem adicional de Vladmir Soldatkin e Polina Nikolskaya)