Por Lisa Barrington e John Davison
BEIRUTE (Reuters) - Rebeldes sírios afirmaram nesta quarta-feira que estavam sob ataque intenso do governo perto da fronteira com a Turquia apesar do acordo para interrupção das hostilidades, e um representante colocou em dúvida a realização de negociações de paz, apoiadas pelas Nações Unidas, planejadas para 9 de março.
O acordo, elaborado pelos Estados Unidos e a Rússia, entrou em vigor no sábado e desacelerou, mas não paralisou por inteiro, um conflito que já dura quase cinco anos. Tanto o governo quanto os rebeldes têm se acusado de violações.
O acordo não inclui o Estado Islâmico e a Frente Nusra, que é ligada à al Qaeda e que está bastante presente em áreas da oposição.
A Organização das Nações Unidas afirmou na terça-feira que uma nova tentativa de negociações de paz teria início em 9 de março em Genebra, insistindo para que os lados no conflito garantam a continuidade do acordo para permitir a presença deles na mesa de diálogo.
Contudo, George Sabra, representante da oposição, afirmou que a data para uma retomada das negociações permanecia “hipotética” uma vez que a trégua não cumpriu as exigências humanitárias, incluindo a libertação de presos pelo governo.
“Qual o valor de uma trégua se os seus monitores, isto é, os EUA e a Rússia, não pressionam todos os lados para segui-la?”, indagou Sabra no canal de notícias Arabiya al-Hadath nesta quarta-feira.
A Casa Branca afirmou que havia visto uma redução nos ataques aéreos contra a oposição e civis na Síria nos últimos dias, mas que estava preocupada com alguns relatos sobre ataques com tanques e artilharia.
Washington também estava ciente do possível uso de armas químicas pelo governo sírio, disse o Departamento de Estado, acrescentando que não podia confirmá-lo, mas que estava investigando. Nesta terça, Israel afirmou que forças sírias haviam jogado barris de cloro em civis durante os últimos dias.
Não houve comentário imediato de Damasco, que tem negado violar a trégua.
A oposição tem pressionado por acesso humanitário total às áreas controladas por rebeldes e pela libertação de presos, termos estabelecidos numa resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovada em dezembro.
Representantes da oposição afirmam que o aumento da ajuda ainda não corresponde ao necessário.