COPENHAGUE (Reuters) - O secretário-geral da aliança militar ocidental Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Jens Stoltenberg, disse nesta sexta-feira estar confiante de que tanto a Polônia quanto a Eslováquia continuarão a apoiar a Ucrânia na guerra com a Rússia após eleições iminentes nos dois países, apesar da recente retórica dura em relação a Kiev.
A Polônia, que elege um novo Parlamento em 15 de outubro, afirmou na semana passada que não acertaria novas entregas de armas à Ucrânia, mas que se concentraria na reconstrução de seus próprios estoques de armamentos.
Integrante da Otan, a Polônia era vista até recentemente como um dos mais fortes aliados da Ucrânia em sua guerra contra a Rússia. Mas as relações entre os dois países azedaram após a decisão da Polônia de estender a proibição das importações de grãos ucranianos.
"Espero e estou confiante de que a Ucrânia e a Polônia encontrarão uma maneira de resolver essas questões sem que isso afete de forma negativa o apoio militar à Ucrânia", disse Stoltenberg à Reuters em uma entrevista em Copenhague.
A Eslováquia, outra integrante da Otan, também tem sido uma forte aliada da Ucrânia, enviando à sua vizinha oriental equipamento militar, incluindo caças MiG-29 e um sistema de defesa aérea S-300.
Mas o líder da oposição e antigo primeiro-ministro eslovaco Robert Fico, que lidera as pesquisas antes das eleições de sábado, prometeu acabar com esse apoio militar.
"Seja qual for o novo governo que tenham na Eslováquia, continuaremos participando das reuniões da Otan", disse Stoltenberg. "E estou confiante de que encontraremos formas de continuar a prestar apoio -- como temos feito depois de cada eleição nesta aliança desde o início da guerra."
(Reportagem de Jacob Gronholt-Pedersen)