Por Robin Emmott e Phil Stewart
BRUXELAS (Reuters) - Navios da Otan partiram rumo ao mar Egeu para ajudar Turquia e Grécia a reprimir redes criminosas que fazem tráfico de refugiados para a Europa, disse nesta quinta-feira o principal comandante da aliança militar.
Horas após ministros da Defesa da Otan concordarem em utilizar suas forças marítimas no Mediterrâneo para ajudar a combater os traficantes de pessoas, o comandante supremo das forças aliadas, general Philip Breedlove, disse que estava trabalhando rapidamente para projetar a missão.
"Nós estamos navegando os navios na direção apropriada", disse Breedlove em entrevista coletiva. O plano de missão seria refinado durante o tempo que eles estavam a caminho. "Isso é cerca de 24 horas", disse.
O plano, que foi levantado pela primeira vez na segunda-feira por Alemanha e Turquia, pegou a Otan de surpresa e tem como objetivo ajudar a Europa a enfrentar a pior crise migratória no continente desde a Segunda Guerra Mundial. Mais de um milhão de pessoas em busca de asilo chegaram no ano passado.
Ao contrário de missão marítima da UE ao largo da costa italiana, que leva os imigrantes resgatados para o litoral da Europa, a Otan irá levar os imigrantes de volta à Turquia, mesmo se forem apanhados em águas territoriais gregas.
O ministro da Defesa da Grã-Bretanha, Michael Fallon, disse que a missão representa uma mudança significativa na política de imigração europeia. "Eles não serão levados para a Grécia e isso é uma diferença crucial", Fallon a repórteres.
A Otan também irá monitorar a fronteira terrestre entre Turquia e Síria para combater traficantes de pessoas, disse o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg.
Apesar de o plano ainda precisar ser detalhado por generais da Otan, os aliados devem usar os navios para trabalhar com as guardas costeiras turca e grega e a agência de fronteiras da União Europeia, a Frontex.