O presidente eleito do Uruguai, Yamandú Orsi (da coalizão Frente Ampla, centro-esquerda), disse que, com sua vitória, o país da “liberdade”, da “igualdade” e da “fraternidade”, mais uma vez, “triunfa”. O ex-prefeito de Canelones recebeu 49,84% dos votos frente a 45,87% de Álvaro Delgado (Partido Nacional, centro-direita) no 2º turno da eleição presidencial, realizada no domingo (24.nov.2024). Com isso, a esquerda volta ao poder no Uruguai depois de 5 anos.
“Apesar da chuva, o horizonte está clareando, e isso é importante”, afirmou Orsi em discurso a apoiadores, citado pelo jornal El Observador. “Recebemos, em todos os cantos, impulso e esperança”, declarou.
Orsi é apoiado pelo ex-presidente uruguaio José “Pepe” Mujica. Já Álvaro Delgado (Partido Nacional) era o candidato do governo, endossado pelo atual chefe do Executivo Luis Lacalle Pou. A Constituição do Uruguai não permite a reeleição.
“Triunfa, mais uma vez, o país da liberdade, da igualdade e também da fraternidade, que é nada mais nada menos que tolerância e respeito ao próximo. Continuemos nesse caminho”, declarou Orsi no domingo (24.nov.2024).
“Não há futuro se colocarmos um muro nas ideias. A democracia é assim. Quando nos perguntaram como era sofrer uma derrota, eu disse que sofremos várias derrotas, mas não podíamos aceitar aquela que restringe as liberdades. Viva os partidos políticos do Uruguai, viva o sistema democrático”, disse.
Orsi afirmou que buscará “uma sociedade mais integrada” na qual “ninguém fique para trás”.
No 1º turno, realizado em 27 de outubro, Orsi obteve 43,9% dos votos ante 26,8% de Delgado. O pleito também decidiu a composição do Congresso. Nenhuma das coalizões obteve maioria absoluta na Câmara. Entretanto, a Frente Ampla conquistou 16 das 30 cadeiras do Senado.
Yamandú Orsi, 57 anos, é formado em história pelo Instituto de Professores Artigas em 1991 e deu aula em escolas de ensino médio. Tornou-se secretário-geral de sua cidade natal, Canelones, em 2005. Ocupou o cargo até 2015, quando foi eleito prefeito da cidade. Ficou no Executivo local até 2024 e renunciou para concorrer à eleição presidencial deste ano.