Por Gloria Dickie e Isla Binnie
(Reuters) - Líderes ambientais de 185 países se reuniram na quinta-feira em Vancouver, no Canadá, para adotar um fundo multibilionário para apoiar a conservação global, e a Organização das Nações Unidas (ONU) pediu contribuições para ajudar a proteger 30% das terras e áreas costeiras até 2030.
A reunião ocorre oito meses após os governos terem concordado com o Quadro Global de Biodiversidade Kunming-Montreal –- que alguns chamaram de “Acordo de Paris para a Natureza”, em referência ao histórico pacto da ONU de 2015 para combater as mudanças climáticas.
Uma das 23 metas é ajudar a mobilizar os setores público e privado para canalizar 200 bilhões de dólares por ano para iniciativas de conservação até 2030, com os países desenvolvidos a contribuírem com pelo menos 20 bilhões de dólares todos os anos até 2025.
“Começamos bem”, disse David Cooper, secretário executivo interino da Convenção das Nações Unidas sobre Diversidade Biológica. "Pedimos agora mais compromissos por parte dos países e de outras fontes para que os primeiros projetos no âmbito do novo fundo possam ser lançados no próximo ano."
Até agora, o fundo ficou abaixo dos 200 milhões de dólares necessários para se tornar totalmente operacional até dezembro, conforme exigido pelo Banco Mundial como administrador. O Canadá disse na quinta-feira que investirá 200 milhões de dólares canadenses (147 milhões dólares) e o Reino Unido contribuiria com 10 milhões de libras (13 milhões de dólares).
O fundo lançado na quinta-feira é gerido no âmbito do Fundo Global para o Ambiente (GEF, na sigla em inglês), um mecanismo estabelecido no âmbito da Convenção das Nações Unidas sobre a Diversidade Biológica e da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, que forneceu mais de 23 bilhões de dólares a milhares de projetos nos últimos 30 anos.
Os países menos desenvolvidos e os pequenos estados insulares terão prioridade e receberão mais de um terço dos fundos, com uma meta de até 20% destinados a projetos liderados por povos indígenas e comunidades locais, afirmou o GEF num comunicado.