Por Lisandra Paraguassu
BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro ressaltou nesta quarta-feira durante fala gravada para evento da Organização das Nações Unidas (ONU) o "direito soberano" dos países de explorar sua biodiversidade e rechaçou o que chamou de "cobiça internacional" sobre a Amazônia.
"Rechaço, de forma veemente, a cobiça internacional sobre a nossa Amazônia. E vamos defendê-la de ações e narrativas que agridam os interesses nacionais", afirmou, em discurso gravado enviado às Nações Unidas.
"Não podemos aceitar, portanto, que informações falsas e irresponsáveis sirvam de pretexto para a imposição de regras internacionais injustas, que desconsiderem as importantes conquistas ambientais que alcançamos em benefício do Brasil e do mundo", continuou.
Bolsonaro acusou ainda, sem apresentar provas, organizações não-governamentais (ONGs) de se aliarem a organizações criminosas para "comandar crimes ambientais no Brasil e no exterior" e afirmou o país está combatendo a biopirataria e a "sabotagem externa" dentro de seus biomas.
Mais cedo, e após ter gravado o vídeo para o evento da ONU, em resposta à fala do candidato democrata à Presidência dos Estados Unidos, Joe Biden, que ameaçou sanções contra o Brasil se o desmatamento na Amazônia não diminuísse, Bolsonaro ressaltou novamente que a soberania do Brasil na região é "inegociável" e acusou o norte-americano de, com suas declarações, abrir mão de uma "convivência cordial e profícua".