JERUSALÉM (Reuters) - Um palestino matou nesta sexta-feira uma britânica a facadas em um transporte público de Jerusalém, disse a polícia de Israel, enquanto cristãos comemoravam a Sexta-Feira Santa e muçulmanos faziam orações em seus respectivos locais de culto nas proximidades.
O incidente ocorreu em um vagão de trem interurbano perto do edifício da prefeitura de Jerusalém e da Cidade Velha. Imagens de televisão mostraram sangue no chão do vagão e policiais contendo e afastando um homem.
A polícia disse que a vítima era uma cidadã britânica de 25 anos, mas a princípio não ficou claro se ela também tinha cidadania israelense.
O serviço de segurança doméstico Shin Bet identificou o agressor como Jamil Tamimi, de 57 anos, e disse que ele é um palestino do leste árabe de Jerusalém com problemas de saúde mental que foi condenado em 2011 por abusar sexualmente da filha.
"Esta é uma de muitas instâncias nas quais um palestino sofrendo com angústias pessoais... decide realizar um ataque para encontrar alívio para seus problemas", afirmou o comunicado do Shin Bet.
A entidade acrescentou que o agressor já havia tentado cometer suicídio engolindo uma lâmina de barbear.
Não é raro o aumento nas tensões na Cidade Velha de Jerusalém na Sexta-feira Santa, com dezenas de milhares de muçulmanos chegando para orar no complexo da mesquita de Al-Aqsa.
Todos os anos os cristão realizam uma procissão ao longo da Via Dolorosa da Cidade Velha, refazendo o que acreditam ter sido a rota que Jesus seguiu para a crucificação.
Desde outubro de 2015, uma onda de ataques por parte de palestinos em Israel, Jerusalém e na Cisjordânia ocupada causou a morte de 37 israelenses e dois turistas norte-americanos. Ao menos 242 palestinos morreram durante o período de violência esporádica.
Israel afirma que ao menos 162 dos palestinos haviam esfaqueado, baleado ou atropelado pessoas. Outros morreram durante confrontos e protestos.
O Estado judeu acusa a liderança palestina de incitar a violência. A Autoridade Palestina, que exerce uma governança limitada na Cisjordânia, nega a afirmação e sustenta que, em muitos casos, Israel empregou força excessiva para impedir agressores munidos de armas rudimentares.
(Por Ori Lewis)