CIDADE DO PANAMÁ (Reuters) - O governo do Panamá comunicou na segunda-feira que não intervirá em uma disputa entre a Organização Trump e um novo investidor majoritário em um hotel na capital do país depois que a empresa familiar do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pediu ajuda.
Em março representantes legais da Organização Trump escreveram ao presidente panamenho, Juan Carlos Varela, pedindo-lhe que ajudasse o grupo em sua batalha pela propriedade do complexo hoteleiro de 70 andares, de acordo com uma carta vista pela Reuters.
A carta, enviada por um escritório de advocacia e datada de 22 de março, solicita que Varela use sua influência e alega que os devidos direitos processuais foram violados.
Mas na segunda-feira a vice-presidente do Panamá disse que se envolver na desavença estaria fora da alçada do governo.
"Não acho que o Poder Executivo tem uma posição a assumir enquanto esta questão está sendo tratada pelo Poder Judicial", disse a vice Isabel Saint Malo aos repórteres.
Instada a comentar, a Organização Trump enviou um comunicado de seus representantes confirmando que a carta foi remetida, mas rejeitando qualquer asserção de que esta tenha buscado "pressionar" o presidente ou qualquer outra autoridade.
"A redação deste tipo de carta foi uma questão tão rotineira para nossa firma que a autorização da Organização Trump para sua entrega não foi solicitada", disse a correspondência, acrescentando que ninguém da Organização Trump tinha conhecimento dela até segunda-feira.
A disputa em torno do hotel com a marca Trump lançou uma nova luz sobre os acordos comerciais do presidente dos EUA.
Ao ser finalizado, em 2011, o edifício na Cidade do Panamá era o primeiro empreendimento hoteleiro internacional de Trump, um complexo com vista para o mar que conta com apartamentos e um cassino e que lhe rendeu entre 30 milhões e 50 milhões de dólares.
Trump licenciou sua marca para o projeto de luxo e forneceu a gerência do hotel.
Mas trabalhadores retiraram o nome Trump do Trump Ocean Club
International Hotel and Tower em março depois que a Organização Trump perdeu o controle da administração da propriedade.
A carta alega que decisões legais violaram um acordo comercial de 1983 concebido para proteger investidores norte-americanos no Panamá.
O caso agora está sujeito a uma arbitragem internacional.
(Por Elida Moreno)