CIDADE DO PANAMÁ (Reuters) - Procuradores panamenhos realizaram buscas nos escritórios da Mossack Fonseca, a empresa de advocacia no cerne do escândalo de vazamento "Panama Papers", em busca de possíveis ligações com a empreiteira brasileira Odebrecht, informou a procuradoria-geral na quinta-feira.
"Busca nos escritórios da empresa de advocacia que criou empresas de sociedade limitada no Brasil ligadas à #LavaJato e aos #PanamaPapers", disse a procuradoria-geral no Twitter, sem dar maiores detalhes.
Os Panama Papers, que consistem de milhões de documentos da Mossack Fonseca e vazados à imprensa em abril de 2016, provocaram um escândalo global ao mostrar como os ricos e poderosos usam empresas em paraísos fiscais para sonegar impostos.
Ramón Fonseca, sócio da Mossack Fonseca, negou que sua empresa tenha conexão com a Odebrecht, que admitiu ter subornado autoridades do Panamá e de outros países para obter contratos governamentais entre 2010 e 2014.
"A Mossack Fonseca não tem relação com a Odebrecht, nem com qualquer outra empresa da Lava Jato", disse Fonseca aos repórteres, referindo-se às companhias envolvidas na Operação Lava Jato, centrada na Petrobras .
"Eles estão me usando para desviar a atenção", afirmou.
Fonseca também acusou o presidente panamenho, Juan Carlos Varela, de receber dinheiro diretamente da Odebrecht, maior construtora da América Latina.
"Ele (Varela) me disse que aceitou doações da Odebrecht porque não pode lutar com todos", contou Fonseca, sem elaborar.
Em uma conferência de imprensa, Varela negou ter recebido contribuições da Odebrecht, dizendo que irá trazer a público todas as doações feitas à sua campanha política nesta sexta-feira.
A Odebrecht não respondeu de imediato a um pedido de comentário.
(Por Elida Moreno)