Por Philip Pullella
CIDADE DO VATICANO (Reuters) - O papa Francisco, em um gesto dramático que ocorre na esteira de um retiro inédito no Vaticano, se ajoelhou para beijar os pés dos antes antagônicos líderes do Sudão do Sul nesta quinta-feira e os exortou a não voltarem à guerra civil.
Ele apelou ao presidente Salva Kiir, ao seu ex-vice e depois líder rebelde Riek Machar e a outros três vice-presidentes para que respeitem o armistício que assinaram e se comprometam a formar um governo de união no mês que vem.
"Estou pedindo a vocês como irmão que fiquem em paz. Estou pedindo a vocês com o coração, vamos seguir em frente. Haverá muitos problemas, mas eles não nos dominarão. Resolvam seus problemas", disse Francisco de improviso.
Os líderes pareceram surpresos quando o pontífice de 82 anos, que sofre de uma dor crônica na perna, foi auxiliado por assistentes ao se ajoelhar com dificuldade para beijar os sapatos dos dois principais líderes antagônicos e de várias outras pessoas no ambiente.
Seu apelo se mostrou ainda mais premente em vista do aumento da ansiedade no Sudão do Sul de que o golpe desta quinta-feira no Sudão possa colocar em risco o acordo de paz frágil que encerrou a guerra civil brutal de cinco anos no Sudão do Sul.
O Vaticano reuniu os líderes do Sudão do Sul para 24 horas de oração dentro da residência do papa na tentativa de curar as divisões profundas antes de o país se empenhar na criação de um governo de união nacional.