Por Philip Pullella
CIDADE DO VATICANO (Reuters) - O papa Francisco condenou nesta quarta-feira a negação do Holocausto, no momento em que a Austrália é pressionada a recusar um visto ao rapper norte-americano Ye, anteriormente conhecido como Kanye West, devido a seu histórico de comentários antissemitas.
O papa falou sobre a negação do Holocausto no final de sua audiência geral semanal no Vaticano, observando que sexta-feira é o Dia Internacional da Lembrança do Holocausto.
"A lembrança desse extermínio de milhões de judeus e pessoas de outras religiões não pode ser esquecida nem negada", disse ele.
"Não pode haver compromisso constante para construir juntos a fraternidade sem primeiro eliminar as raízes do ódio e da violência que alimentaram o horror do Holocausto", afirmou.
Horas antes, em Sydney, um ministro do governo australiano disse que Ye pode não se encaixar nas regras para um visto.
Grupos judaicos em todo o mundo, como a Liga Antidifamação (ADL), com sede nos Estados Unidos, têm alertado sobre um aumento de incidentes e comentários antissemitas.
Ye, que foi dispensado por grandes parceiros corporativos, incluindo a Adidas, e banido do Twitter por causa de comentários antissemitas, negou o Holocausto em um talk show de rádio no final do ano passado, no qual também elogiou Adolf Hitler.