Por Philip Pullella
A BORDO DO AVIÃO PAPAL (Reuters) - O papa Francisco defendeu no domingo sua decisão de casar um casal a bordo de um avião na semana passada no Chile, respondendo às críticas de conservadores de que isso insultou as regras da Igreja e estabeleceu um mau precedente.
“Alguém me disse que eu fui louco de fazer algo assim”, brincou durante entrevista coletiva no avião durante voo de volta de Lima, onde terminou sua viagem ao Chile e ao Peru, para Roma.
Na primeira cerimônia de tal tipo em um avião papal, Francisco casou Paula Podest Ruiz, de 39 anos, e Carlos Ciuffardi Elorriga, de 41 anos, ambos comissários de bordo da companhia aérea Latam.
Embora o gesto tenha gerado manchetes e tenha sido bem-recebido pela maior parte dos católicos, comentaristas católicos conservadores e blogueiros que frequentemente criticam o papa sobre diversas questões criticaram o casamento a 10 mil metros de altitude.
Eles disseram que isto irá dificultar que padres lidem com casais católicos que querem se casar em locais seculares incomuns, ao invés de uma igreja. Estes casais diriam “o papa fez isto, por que você não pode?”, escreveu um comentarista.
Mas o papa disse que a situação do casal chilena é especial porque eles já tinham se casado em uma cerimônia civil há oito anos e não puderam se casar na igreja que frequentavam porque ela desabou em um terremoto em 2010.
“Eu os perguntei (sobre casamento) e a resposta foi clara... era claro que eles tinham feito um compromisso para vida”, disse o papa, acrescentando que o casal havia até mesmo se lembrado de assuntos de cursos católicos pré-matrimoniais que havia frequentado.