DAVOS, Suíça (Reuters) - O Papa Francisco disse nesta quarta-feira para a abastada elite política e econômica mundial que eles não devem se fazer de surdos ao clamor dos pobres e que considerassem o próprio papel na criação de desigualdade.
Novas tecnologias, como a robótica, também não devem permitir a substituição de seres humanos por "máquinas sem alma", disse o pontífice em uma mensagem para o Fórum Econômico Mundial em Davos.
"Para todos vocês, apelo mais uma vez: 'Não se esqueçam dos pobres'", disse.
O papa, que escreveu uma grande encíclica sobre mudança climática e proteção do meio ambiente no ano passado, também pediu aos líderes empresariais para que evitem que o planeta não se torne "um jardim vazio".
A reunião anual de Davos reúne muitos dos mais ricos e poderosos do mundo para tratar de questões como economia, mudança climática e guerra, visando buscar soluções para esses temas.
O encontro tem sido criticado por ativistas antiglobalização, entre outros, como um fórum para organizações que, em primeiro lugar, são responsáveis pelos problemas.
Eles são impulsionados por relatórios como um da Oxfam, que estimou que 1 por cento da população possui 99 por cento da riqueza mundial.
O papa Francisco, que fez a defesa dos pobres, marca registrada de seu papado, disse que as empresas e as sociedades ricas devem reconhecer seu papel na criação da pobreza.
"Chorar a dor das outras pessoas não significa apenas partilhar o sofrimento, mas também, e acima de tudo, perceber que nossas ações são uma causa da injustiça e da desigualdade", disse o papa em mensagem lida por um cardeal do Vaticano.
(Reportagem de Philip Pullella em Roma)