Por Philip Pullella
A BORDO DO AVIÃO PAPAL (Reuters) - O papa Francisco disse nesta segunda-feira que aceitou a renúncia do arcebispo de Paris, Michel Aupetit, não porque ele pecou, mas porque os boatos sobre ele o deixaram em uma posição em que ele não poderia mais governar a diocese.
Falando a repórteres em um avião voltando para Roma de uma viagem a Chipre e à Grécia, Francisco disse que os pecados da carne certamente eram pecados, mas não tão grandes como pecados como ódio e orgulho e que o bispo foi vítima de "uma injustiça".
Aupetit pediu perdão após relatos sobre um relacionamento com uma mulher. O clérigo de 70 anos, que está sujeito à regra do celibato da Igreja, negou qualquer relação íntima com a mulher não identificada, embora reconheça que seu comportamento possa ter sido ambíguo.
"Foi uma falha contra o sexto mandamento (não cometer adultério), mas não total, de pequenas carícias, massagem dada a sua secretária --essa é a acusação", disse Francisco. "Há um pecado aí, mas não do pior tipo."
Ele disse que todos são pecadores, incluindo ele mesmo. "Ele (o bispo) foi condenado, mas por quem? Pela opinião pública, pela fofoca... ele não podia mais governar."
"Aceitei a renúncia de Aupetit não no altar da verdade, mas no altar da hipocrisia", disse ele.
(Por Philip Pullella)