Por Philip Pullella e Tsvetelia Tsolova
SÓFIA (Reuters) - O papa Francisco pediu, neste domingo, que líderes estrangeiros enfrentem a desigualdade de saúde e baixos índices de natalidade que ele afirmou terem criado uma “cortina de gelo” entre os países mais ricos e mais pobres da Europa, ampliando a emigração.
Francisco falou durante uma visita de dois dias à Bulgária, sua primeira e também a primeira de um papa em 17 anos. Ele também se encontrou com líderes da Igreja Ortodoxa Oriental. O pontífice irá à Macedônia do Norte na terça-feira.
Relações sensíveis com a Igreja Ortodoxa Oriental significam que Francisco terá que agir com cuidado nos dois países, onde católicos são uma pequena minoria.
Usando uma famosa frase de Wiston Churchill de que uma “cortina de ferro” estava caindo em uma Europa dividida pela Segunda Guerra Mundial, Francisco afirmou que novas divisões estavam lacerando o rosto do continente, 30 anos depois da queda do comunismo.
“A Bulgária, como muitos outros países da Europa, precisam lidar com o que apenas pode ser chamado de um novo inverno: o inverno demográfico que desceu como uma cortina de gelo em grande parte da Europa, a consequência de confiança reduzida no futuro”, disse o papa, em um discurso no palácio presidencial de Sófia.
A Bulgária, que se juntou à União Europeia em 2007, continua um dos Estados-membros mais pobres. Mais de dois milhões de búlgaros saíram do país desde a queda do comunismo em busca de melhores empregos e padrão de vida na Europa ocidental, deixando a atual população na casa das sete milhões de pessoas.
Um dos propósitos da viagem de três dias é melhorar relações com igrejas ortodoxas, parte da tentativa do Vaticano de eventual união das igrejas, que se dividiram em 1054.
A comunidade ortodoxa búlgara é uma das mais rígidas em relação ao Vaticano e a única que boicotou reuniões recentes do diálogo oficial entre católicos e ortodoxos.