Por Karolina Tagaris e Philip Pullella
LESBOS, Grécia/CIDADE DO VATICANO (Reuters) - O papa Francisco e o líder espiritual dos cristãos ortodoxos irão colocar de lado séculos de desavenças no sábado, quando visitarão uma ilha da Grécia que está na linha de frente da crise migratória da Europa para ressaltar o sofrimento dos refugiados.
Quase um milhão de pessoas, a maioria fugindo de guerras, perseguições e da pobreza no Iraque, na Síria e no Afeganistão, arriscaram as vidas em embarcações precárias para partir da Turquia e cruzar para a ilha de Lesbos antes de seguir para o território grego continental e dali para o oeste europeu. Centenas morreram no trajeto e hoje ocupam túmulos sem identificação na ilha grega.
Em uma viagem relâmpago, o papa irá se encontrar com refugiados ao lado de Bartolomeu 1o, líder dos 250 milhões de cristão ortodoxos que vive em Istambul, e Jerônimo 2o, chefe da igreja ortodoxa grega.
O papa, líder dos 1,2 bilhão de católicos do mundo, saiu muitas vezes em defesa dos refugiados e exortou paróquias cristãs da Europa a acolhê-los.
No sábado, os três líderes religiosos visitarão Moria, um complexo amplo e cercado que abriga mais de 3 mil refugiados desde que a União Europeia e Ancara fecharam um acordo no mês passado para conter o fluxo de imigrantes. Muitos dos ocupantes de Moria serão enviados de volta à Turquia se seus pedidos de asilo forem rejeitados.
O papa Francisco, Bartolomeu 1o e Jerônimo 2o devem se reunir com 250 refugiados postulantes a asilo e almoçar com oito deles em um contêiner antes de seguirem para o porto local, onde o pontífice fará um discurso e cada líder irá fazer uma oração pelas vítimas.