Por Philip Pullella
CIDADE DO VATICANO (Reuters) - O papa Francisco decidiu enviar seus dois principais investigadores de abusos sexuais de volta ao Chile para que reúnam mais informações sobre a crise que abalou a Igreja Católica local, informou o Vaticano nesta quinta-feira.
O arcebispo Charles Scicluna, de Malta, e o padre Jordi Bertomeu, um funcionário do Vaticano, se concentrarão na diocese de Osorno, no sul chileno, sede de um bispo que é o principal envolvido no escândalo.
Segundo comunicado do Vaticano, o objetivo da visita, que deve começar nos próximos dias, é "levar adiante o processo de reparação e cura para as vítimas de abusos".
Os dois prepararam um relatório de 2.300 páginas para o papa depois de conversarem com vítimas, testemunhas e membros da Igreja no início deste ano.
No dia 18 de maio todos os 34 bispos do Chile ofereceram renúncia depois de comparecerem a uma reunião de crise com o pontífice no Vaticano que tratou do acobertamento de abusos sexuais na nação sul-americana.
O papa Francisco ainda não anunciou se aceitará alguma renúncia.
O escândalo gira em torno do padre Fernando Karadima, que uma investigação feita pelo Vaticano em 2011 apontou como culpado de abusar de meninos em Santiago nos anos 1970 e 1980. Hoje com 87 anos e morando em uma casa de repouso no Chile, ele sempre negou qualquer delito.
Vítimas acusaram o bispo Juan Barros de Osorno de ter testemunhado os abusos sem fazer nada para impedi-los. Barros, um dos que ofereceram a renúncia, negou as alegações.
O comunicado desta quinta-feira do Vaticano ainda disse que o papa está preparando uma carta a respeito do escândalo endereçada a todos os católicos chilenos.