Por Philip Pullella
CIDADE DO VATICANO (Reuters) - O papa Francisco se reuniu com o presidente do Iraque neste sábado e os dois concordaram que a soberania do país deve ser respeitada, depois dos ataques realizados em território iraquiano por Estados Unidos e Irã.
O presidente Barham Salih manteve uma conversa em particular por aproximadamente 30 minutos com o papa e depois se reuniu com os dois principais diplomatas do Vaticano, o Secretário de Estado Cardeal Pietro Parolin e o Arcebispo Paul Gallagher, o ministro das Relações Exteriores.
A conversa "foi focada em desafios que o país enfrenta atualmente e na importância da promoção da estabilidade e do processo de reconstrução do país, incentivando o caminho do diálogo e da busca por soluções que favoreçam os cidadãos e com o respeito da soberania nacional", disse o comunicado do Vaticano.
No dia 8 de janeiro, forças iranianas dispararam mísseis contra duas bases militares no Iraque ocupadas por tropas dos Estados Unidos em retaliação ao assassinato do General iraniano Qassem Soleimani em um ataque executado por drones no aeroporto de Bagdá no dia 3 de janeiro.
O parlamento iraquiano aprovou uma resolução ordenando que os 5 mil soldados norte-americanos destacados no Iraque deveriam deixar o país.
Pouco depois do ataque iraniano, Francisco pediu que os Estados Unidos evitem escalar o conflito e sigam "o diálogo e a auto-constrição" para evitar um conflito mais amplo no Oriente Médio.
O papa discutiu o Oriente Médio com o vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, na última sexta-feira.
As tensões recentes no Iraque poderiam tornar impossível a visita de Francisco ao país, o que ele disse que quer fazer neste ano.
O Vaticano anunciou que o Papa e Salih também discutiram "a importância de preservar a presença histórica de cristãos no país".
A presença cristã no Iraque e em outros países do Oriente Médio é marcada por guerras e conflitos.
Os centenas de milhares de cristãos iraquianos sofreram especialmente quando o Estado Islâmico controlou grandes partes do país, mas recuperaram suas liberdades desde que os jihadistas foram expulsos.