Por Joshua McElwee
DILI (Reuters) - O papa Francisco chegou nesta segunda-feira ao Timor Leste, um país predominantemente católico no Sudeste Asiático, para uma visita de três dias que incluirá uma missa ao ar livre que, segundo o Vaticano, pode incluir mais da metade da população de 1,3 milhão de habitantes.
O pontífice de 87 anos está em uma ambiciosa visita de 12 dias a quatro países do Sudeste Asiático e da Oceania, sua mais longa viagem ao exterior até o momento.
Ele chegou ao Timor Leste vindo de Papua Nova Guiné, onde no domingo entregou suprimentos médicos a uma pequena cidade localizada à beira de uma vasta selva, em uma das áreas mais remotas do mundo.
Francisco aterrissou na capital, Dili, nesta segunda-feira. Ele foi recebido no aeroporto pelo presidente José Manuel Ramos-Horta e por duas jovens vestidas com trajes tradicionais, que lhe ofereceram flores e um tais, um lenço cerimonial trançado, que o pontífice vestiu brevemente.
Dezenas de milhares de pessoas encheram quarteirões inteiros ao redor do aeroporto quando Francisco partiu em um veículo branco com teto aberto. Muitos estavam usando guarda-chuvas decorados com as cores branca e amarela da bandeira do Vaticano para se protegerem do Sol no calor de 31°C.
O Timor Leste, que fica ao norte da Austrália, conquistou a independência em relação à Indonésia em 2002, após uma ocupação brutal que durou décadas. Francisco é o segundo papa a visitar o país, depois de João Paulo 2º, em 1989, em uma viagem que deu um impulso histórico ao movimento de independência do país.
O país é provavelmente o mais católico do mundo, com o Vaticano dizendo que cerca de 96% dos timorenses são adeptos dessa fé.
Os organizadores estão se preparando para que cerca de 750.000 pessoas participem da missa com Francisco na terça-feira em Tasitolu, uma área costeira ampla onde as forças indonésias eram conhecidas por enterrar os combatentes da independência timorense mortos.
Desde a independência, o país tem enfrentado dificuldades para reconstruir sua infraestrutura e economia. Em 2014, o Banco Mundial estimou que cerca de 42% dos timorenses viviam na pobreza e que cerca de 47% das crianças sofriam impactos por causa da desnutrição.
O primeiro discurso do papa no país ocorrerá na segunda-feira, quando Francisco deverá se dirigir às autoridades políticas.
Francisco ficará no Timor Leste até quarta-feira como parte de uma viagem que também incluiu uma parada na Indonésia. Em seguida, ele viaja para Cingapura antes de retornar a Roma em 13 de setembro.