Por Philip Pullella
CIDADE DO VATICANO (Reuters) - O papa Francisco sugeriu novamente neste domingo que Israel está usando táticas de “terrorismo” em Gaza, lamentando o alegado assassinato, pelos militares israelenses, de duas mulheres cristãs que tinham se refugiado num complexo religioso.
Na sua bênção semanal, Francisco referiu-se a uma declaração do Patriarcado Latino de Jerusalém, a autoridade católica na Terra Santa, sobre um incidente ocorrido no sábado.
O Patriarcado disse que um “atirador” das Forças de Defesa de Israel (IDF) matou as duas mulheres, que o papa chamou de Nahida Khalil Anton e sua filha Samar, enquanto caminhavam para um convento de freiras no complexo da Paróquia da Sagrada Família.
A declaração do Patriarcado informou que outras sete pessoas foram baleadas e feridas enquanto tentavam proteger outras.
“Continuo recebendo notícias muito graves e dolorosas de Gaza”, disse Francisco. “Civis desarmados são alvo de bombardeios e tiroteios. E isso aconteceu até dentro do complexo paroquial da Sagrada Família, onde não há terroristas, mas famílias, crianças, pessoas doentes ou deficientes, freiras”.
Francisco afirmou que eles foram mortos por “atiradores” e também se referiu à declaração do Patriarcado de que um convento de freiras da ordem fundada por Madre Teresa foi danificado pelo fogo de um tanque israelense.
“Alguns diriam: 'É guerra. É terrorismo.' Sim, é guerra. É terrorismo", disse ele.
Um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores de Israel disse que o incidente ainda estava sob análise e não fez comentários imediatos sobre as palavras do papa.
(Reportagem adicional de Maayan Lubell em Jerusalém)