Por Greg Torode e Philip Pullella
CIDADE DO VATICANO (Reuters) - O papa Francisco nomeou um novo bispo para Hong Kong nesta segunda-feira, uma indicação adiada há tempos que chega em meio a atritos entre a China e o Vaticano e ante temores ocidentais crescentes em relação aos direitos humanos no polo financeiro global.
O bispo Stephen Chow, chefe da ordem jesuíta de Hong Kong de 61 anos, substituirá o cardeal John Tong, que ocupava o cargo em caráter interino desde a morte do bispo anterior, Michael Yeung, em janeiro de 2019.
Clérigos veteranos de Hong Kong a par da situação disseram que o novo bispo precisa amenizar as tensões em um rebanho dividido entre aqueles que querem que a diocese faça mais para defender as liberdades locais e outros que querem uma abordagem menos combativa, incluindo algumas figuras poderosas do establishment.
Há décadas a ex-colônia britânica é um posto avançado católico forte no limite da China continental, comandada por um Partido Comunista oficialmente ateu.
Muitas das figuras graduadas do governo e do empresariado de Hong Kong são católicas, inclusive a líder da cidade, Carrie Lam, assim como ativistas da oposição, como o magnata de mídia Jimmy Lai, detido recentemente sob uma nova lei de segurança nacional adotada no momento em que a China reprime a dissidência.
A escolha de Chow vem na esteira de duas tentativas fracassadas de preencher a vaga. Candidatos anteriores em potencial foram considerados ou próximos demais de Pequim ou possivelmente inaceitáveis para esta devido à sua proeminência nos meses de protestos pró-democracia que abalaram a cidade durante 2019.