Por Philip Pullella
CIDADE DO VATICANO (Reuters) - O papa Francisco fez um apelo nesta terça-feira para que os países a combatam o aquecimento global em conformidade com o acordo climático de Paris de 2015, opinando em uma questão que tem peso na corrida presidencial dos Estados Unidos.
A sociedade moderna forçou o planeta para além de seus limites, e o tempo para solucionar uma emergência climática está acabando, disse o pontífice.
"Nossa exigência constante de crescimento e um ciclo infinito de produção e consumo estão exaurindo o mundo natural", disse Francisco. "Florestas são esgotadas, o solo sofre erosão, os campos não rendem, os desertos avançam, os mares se acidificam e as tempestades se intensificam. A criação está gemendo!"
Ele fez o apelo em uma mensagem emitida no dia em que as igrejas cristãs comemoram o Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação.
"Precisamos fazer tudo que formos capazes para manter a elevação da temperatura global média abaixo do limiar de 1,5ºC entronizado no Acordo Climático de Paris, pois ir além disso se mostrará catastrófico, especialmente para comunidades pobres de todo o mundo", disse.
O presidente dos EUA, Donald Trump, iniciou um processo para retirar seu país --o segundo maior emissor de gases de efeito estufa, só atrás da China-- do pacto que uniu países em prol da mitigação do aquecimento global, dizendo que ele custa caro demais.
Seu desafiante pela Presidência dos EUA, o candidato democrata Joe Biden, disse que recolocará os EUA em um papel de liderança na luta contra a mudança climática, reincluindo a nação em negociações climáticas futuras de maneira assertiva para impulsionar os objetivos do Acordo Climático de Paris.
O papa Francisco disse que a perda de biodiversidade, os desastres climáticos e o impacto desproporcional da pandemia de coronavírus nos pobres e vulneráveis são todos "um chamado para despertar para nossa ganância e consumo desenfreados".