Por Philip Pullella
CIDADE DO VATICANO (Reuters) - O papa Francisco, que está isolado no Vaticano por causa da epidemia de coronavírus da Itália, realizou sua primeira audiência geral virtual nesta quarta-feira, quando agradeceu as equipes médicas que atuam no combate ao vírus, mas também exortou o mundo a não se esquecer do sofrimento dos refugiados sírios.
A maioria das audiências gerais de Francisco são realizadas na Praça de São Pedro e atraem dezenas de milhares de pessoas. No entanto, a praça estava vazia nesta quarta-feira, já que o Vaticano, que é cercado por Roma, aderiu a uma interdição nacional que visa deter o vírus proibindo aglomerações públicas.
Francisco e 10 padres, alguns dos quais traduzem suas palavras para outras línguas --todos sentados em cadeiras no formato de uma ferradura com espaços entre si-- se reuniram na biblioteca papal oficial para uma audiência que foi transmitida ao vivo pela internet e pela televisão.
O papa, que suspendeu todas as aparições públicas semelhantes, disse que se sente próximo de "todas as pessoas doentes que contraíram o vírus e estão sofrendo com a doença e das muitas que estão sofrendo com a incerteza".
O pontífice, de 83 anos, agradeceu equipes médicas e voluntários em ação "neste momento muito difícil". Com 631 mortes e 10.149 casos confirmados, a Itália é o segundo país mais afetado do mundo depois da China.
Mas, falando de improviso, ele disse que "este sofrimento, esta epidemia" não deveria fazer o mundo se esquecer dos refugiados sírios na fronteira entre a Grécia e a Turquia.
'"Eles são um povo que está sofrendo há anos. Eles têm que fugir da guerra, fome e doença. Não nos esqueçamos de nossos irmãos e irmãs, de tantas crianças que estão sofrendo lá", disse.
Dezenas de milhares de imigrantes vêm tentando entrar na Grécia, um país-membro da União Europeia, desde que a Turquia anunciou no dia 28 de fevereiro que não os manterá mais em seu território, conforme um acordo de 2016 firmado com Bruxelas em troca de ajuda da UE com os refugiados.
O papa agradeceu os praticantes de todas as crenças que estão orando pelo fim da epidemia. "Todos unidos, independentemente da religião a qual pertençam. Um agradecimento sentido por este esforço", disse.