Por Katharine Houreld
ISLAMABAD (Reuters) - O Paquistão enforcou nesta terça-feira um homem cujo caso provocou um clamor internacional porque seus advogados dizem que ele foi preso quando era adolescente e torturado para confessar um assassinato.
O Paquistão enfocou quase 200 pessoas desde dezembro, quando um massacre de militantes islâmicos em uma escola na cidade de Peshawar levou o governo a suspender a proibição da pena capital.
Apenas o Irã e a China executaram mais pessoas do que o Paquistão este ano, segundo o grupo pró-direitos humanos Anistia Internacional.
"Shafqat Hussain foi executado esta manhã no Paquistão, apesar dos apelos generalizados, tanto dentro como fora do país, para um adiamento", disse em um comunicado o grupo de ajuda legal Projeto Justiça Paquistão, que estava representando Hussain.
A lei paquistanesa não permite a execução de alguém preso quando adolescente. Os procuradores da República disseram que Hussain era um adulto trabalhando como vigia quando foi detido.
No entanto, os advogados de Hussain afirmam que os registros escolares mostraram que ele tinha 17 anos em 2004 quando foi queimado com cigarros e teve as unhas removidas até confessar ter matado uma criança.
Sua família disse que ele estava com 14 anos. Segundo os advogados, a família não tinha a certidão de nascimento de Hussain.
(Reportagem adicional de Syed Raza Hassan, em Karachi)