Por Gibran Naiyyar Peshimam
ISLAMABAD (Reuters) - Paquistão e Irã disseram nesta segunda-feira que respeitam a soberania e a integridade territorial um do outro e resolveram expandir a cooperação de segurança, intensificando esforços para restaurar os laços após ataques com mísseis dos dois lados realizados neste mês contra o que eles disseram ser alvos militantes.
Os ministros das Relações Exteriores dos dois países mantiveram conversações na capital paquistanesa dias depois que as tensões militares geraram alarme sobre a instabilidade maior na região desde o início da guerra entre Israel e o Hamas, em 7 de outubro.
O ministro interino das Relações Exteriores do Paquistão, Jalil Abbas Jilani, falando em uma coletiva de imprensa conjunta com seu colega iraniano Hossein Amir Abdollahian, disse que os vizinhos conseguiram resolver mal-entendidos rapidamente.
Os dois países também concordaram em combater o terrorismo em suas respectivas áreas e aliviar as preocupações um do outro, afirmou Jilani.
Abdollahian disse que os dois países têm um bom entendimento, acrescentando que nunca houve diferenças territoriais ou guerras entre o Irã e o Paquistão.
O presidente do Irã, Ebrahim Raisi, visitará o Paquistão em breve, acrescentou Abdollahian.
As tensões entre os dois países aumentaram após os ataques com mísseis, com o Paquistão chamando de volta seu embaixador em Teerã e não permitindo que seu homólogo retornasse a Islamabad, além de cancelar todos os compromissos diplomáticos e comerciais de alto nível.
Mas foram feitos esforços rápidos para baixar a temperatura, com os enviados sendo solicitados a retornar aos seus postos e Abdollahian sendo convidado para conversas.
As duas nações muçulmanas têm um histórico de relações instáveis, mas os ataques com mísseis foram os incidentes mais graves dos últimos anos.
Islamabad disse que atingiu bases da Frente de Libertação Baloch separatista e do Exército de Libertação Baloch, enquanto Teerã afirmou que atingiu militantes do grupo Jaish al Adl (JAA).
Os grupos militantes operam em uma área que inclui a província de Baluchistão, no sudoeste do Paquistão, e a província de Sistão-Baluchistão, no sudeste do Irã. Ambas as regiões são agitadas, ricas em minerais e em grande parte subdesenvolvidas.
O Irã afirmou que os ataques em um vilarejo fronteiriço em seu território mataram nove pessoas, incluindo quatro crianças. O Paquistão disse que o ataque iraniano havia matado duas crianças.
(Reportagem de Gibran Peshimam)