Por Gibran Naiyyar Peshimam
KHUIRATTA, Caxemira administrada pelo Paquistão (Reuters) - Muhammad Yasin pegou emprestados quase 8.000 dólares para chegar à Europa de barco e tentar construir uma vida melhor para seus filhos pequenos. Agora, eles estão sendo submetidos a testes de DNA no Paquistão para ver se o pai está entre os que morreram no naufrágio de um barco na Grécia na semana passada.
A maioria das pessoas a bordo era do Egito, Síria e Paquistão e pagou milhares de dólares a traficantes de pessoas, assim como fez Yasin, de 28 anos. Teme-se que mais do que as 81 vítimas confirmadas tenham morrido.
"Ele achava que o futuro de seus filhos seria melhor", disse à Reuters o irmão de Yasin, Muhammad Ayub, enquanto duas crianças, Subhan, de 3 anos, e Zulekha, de 1 ano, estavam sentados em seu colo. "Não temos ideia de onde ele está. Se está vivo ou morto."
Na cidade de Khuiratta, no topo de uma colina, onde a família estava sendo testada, as autoridades sabem de pelo menos 28 pessoas mortas ou desaparecidas. A cidade, na região do Himalaia administrada pelo Paquistão, conhecida como Caxemira, como em algumas outras partes do Paquistão, é conhecida por pessoas que vão à Europa para tentar ganhar uma vida melhor.
"Cada família está doando pelo menos duas amostras -- pai, mãe ou filho ou filha", disse o comissário assistente da área, Mushtaq Ahmad.
"Algumas das mulheres não sabem que seus filhos estão desaparecidos, então não contamos a elas."
As circunstâncias exatas do naufrágio do navio enquanto era perseguido pela guarda costeira grega ainda não estão claras. Acredita-se que o barco partiu da cidade líbia de Tobruk em 10 de junho.
Relatos de testemunhas sugerem que entre 400 e 750 pessoas se amontoaram no barco de pesca que afundou a cerca de 80 km da cidade costeira de Pylos, no sul. A polícia do Paquistão diz que 800 pessoas estavam a bordo.
Quatorze pessoas no Paquistão foram presas sob suspeita de tráfico. Nove supostos contrabandistas foram detidos pela Grécia, todos do Egito.