LONDRES (Reuters) - Os parlamentares britânicos elegeram Lindsay Hoyle, do Partido Trabalhista, como presidente da Câmara dos Comuns, nesta segunda-feira, para assumir o papel de arbitrar os legisladores sobre a prolongada disputa do Brexit.
Nos três anos desde que o Reino Unido votou para deixar a União Europeia, o presidente tem tido um papel cada vez mais influente no processo de debate parlamentar sobre os acertos e erros do Brexit e aprovar as leis necessárias para implementá-lo.
O presidente é o árbitro de disputas processuais na Câmara dos Comuns, a câmara baixa do Parlamento, e tem o poder de decidir quais desafios aos planos do governo conservador podem prosseguir.
O ex-presidente John Bercow, que deixou o cargo na semana passada após 10 anos, foi acusado de quebrar a convenção e favorecer aqueles que queriam interromper os planos de saída do governo. Mas ele era festejado por outros que o viam como capaz de incentivá-los a desafiar e inspecionar o Executivo.
"Serei neutro, serei transparente", disse Hoyle, de 62 anos, depois que seus colegas adotaram a tradição parlamentar de arrastá-lo para a cadeira de presidente. "Esta Casa mudará, mas mudará para melhor."
Além do Brexit, o presidente também terá que lidar com as críticas de que a configuração antiquada do Parlamento permitiu bullying e assédio.
"Acredito que você também trará sua bondade e razoabilidade em nossos processos e, assim, ajudará a nos unir como Parlamento e democracia", disse o primeiro-ministro, Boris Johnson, após a vitória de Hoyle, que foi eleito após quatro rodadas de votação e derrotou o também trabalhista Chris Bryant na rodada final por 325 votos a 213.
(Reportagem de William James e Kylie MacLellan)