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Parlamento britânico não tem maioria para 2º referendo do Brexit, mostra análise da Reuters

Publicado 08.03.2019, 18:34
Atualizado 08.03.2019, 18:35
© Reuters. Primeira-ministra britânica, Theresa May, discursa em Grimsby

© Reuters. Primeira-ministra britânica, Theresa May, discursa em Grimsby

Por Kylie MacLellan

LONDRES (Reuters) - Não existe maioria favorável no Parlamento do Reino Unido para a realização de um segundo referendo sobre a separação da União Europeia, segundo uma análise de comentários públicos de parlamentares feita pelo Reuters.

O Reino Unido deve sair do bloco no final deste mês, e como o Parlamento ainda não aprovou o acordo de saída da primeira-ministra britânica, Theresa May, os clamores por um segundo referendo para romper o impasse, muitas vezes apelidado de "voto do povo", se intensificaram.    No mês passado, o opositor Partido Trabalhista desbravou um novo território para uma das principais siglas ao dizer que apoiaria uma nova consulta sobre o pacto de May depois que o Parlamento rejeitou seu plano alternativo para o Brexit.    Quando o plano da premiê for levado de volta ao Parlamento, na terça-feira, a emenda dos trabalhistas proporcionará à casa sua primeira votação explícita para dizer se apoia a ideia de um novo referendo.    Embora a maioria dos parlamentares tenha votado pela permanência no bloco no referendo de 2016, uma análise de comentários públicos feita pela Reuters revelou que só 210 deles expressaram a disposição de apoiar outro plebiscito, e outros 65 não explicitaram o que pensam.    A cifra está bem abaixo dos 318 votos necessários para garantir uma aprovação da emenda se não houver ausências ou abstenções.    Um referendo teria que ser aprovado pelo Parlamento, e May descartou propô-lo, dizendo que ele aprofundaria as divisões já violentas a respeito da maior decisão do país desde a Segunda Guerra Mundial e trairia os 52 por cento, ou 17,4 milhões de pessoas, que votaram pela desfiliação.    O governo não tem obrigação de acatar as votações das emendas na terça-feira, mas seria politicamente difícil ignorá-las.    Entre os que são a favor estão muitos parlamentares trabalhistas, sete dos conservadores de May, o recém-formado Grupo Independente e os Liberais Democratas pró-UE. A líder do Partido Nacional Escocês em Westminster também endossou a ideia de uma nova consulta, mas ao menos um de seus correligionários expressou preocupação.    Em contraste, 245 parlamentares se opõem abertamente à proposta, 15 são profundamente céticos e seria necessário que outros 94 ministros de governo e arregimentadores de votos se alinhassem à posição do governo contra um novo referendo.    Até agora, 24 dos 245 parlamentares trabalhistas disseram publicamente que não apoiam outro referendo, e outros 13, muitos dos quais representam áreas que votaram em grande parte a favor da saída da UE, expressaram reservas.    (Reportagem adicional de Elizabeth Piper e William James)

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