Por Abdi Sheikh
MOGADÍSCIO (Reuters) - O parlamento da Somália derrubou o primeiro-ministro Hassan Ali Khaire com um voto de desconfiança neste sábado, com a explosão da disputa de poder entre ele e o presidente do país, Mohamed Abdullahi Mohamed.
Khaire e Mohamed vinham discutindo o adiamento da eleição nacional prevista para fevereiro do próximo ano, com o primeiro-ministro insistindo para que vá adiante e o presidente favorecendo o adiamento. Aliados do presidente também acusavam Khaire de não ter conseguido estabilizar a situação de segurança no país.
O vice-primeiro-ministro, Mahdi Mohamed Guled foi nomeado primeiro-ministro interino, informou uma declaração emitida pelo gabinete presidencial.
"O governo falhou em sua promessa de preparar um plano claro para a eleição 'um homem, um voto"', disse Mohamed Mursal Sheikh Abdirahman, presidente do parlamento, referindo-se à primeira eleição direta desde o início da guerra civil em 1991. Desde então, a Somália vem realizando apenas eleições indiretas devido à insegurança causada por militantes da Al Shabaab na maioria das áreas.
Rashid Abdi, analista independente da região do chifre da África, onde fica a Somália, disse que a remoção de Khaire é inevitável devido às diferenças com o presidente e a ambição do primeiro-ministro de ser presidente um dia.
"O que foi surpreendente foi a rapidez com que isso foi feito. Não houve debate ou negociações", disse Abdi à Reuters.