KIEV (Reuters) - O Parlamento da Ucrânia aprovou Volodymyr Groysman, um aliado do presidente ucraniano, Petro Poroshenko, para o cargo de primeiro-ministro nesta quinta-feira, ma maior mudança política no país desde que uma revolta em 2014 levou ao poder uma liderança pró-Ocidente.
Um novo governo liderado por Groysman pode pôr fim a meses de disputas internas que frearam os esforços de combate à corrupção e atrasaram bilhões de dólares em empréstimos do exterior.
Mas os reformistas expressaram preocupação com a saída de tecnocratas experientes e com apoio ocidental do gabinete.
Falando antes da votação, Groysman disse que seu governo estará comprometido em lutar contra a corrupção e fortalecer os laços com a União Europeia.
"Entendo as ameaças que enfrentamos. Gostaria de enfatizar três ameaças em particular – a corrupção, a governança ineficaz e o populismo, que não representam ameaças menores do que o inimigo no leste da Ucrânia", disse, se referindo a um levante separatista pró-Rússia. "Mostrarei a vocês o que é liderar um país", acrescentou.
A indicação de Groysman teve o apoio de 257 deputados, superando com folga o mínimo de 226 votos exigidos.
O gabinete repaginado de Groysman parece reforçar a influência do presidente Poroshenko no viés econômico da formulação de políticas.
Oleksandr Danylyuk, de 40 anos, que deve assumir como ministro das Finanças, é o segundo nome mais importante do governo Poroshenko, e os postos de ministro da Economia e primeiro vice-primeiro-ministro serão entregues a Stepan Kubiv, que atualmente é o representante do presidente no parlamento.
Eles substituem a ministra das Finanças, Natalia Yaresko, nascida nos Estados Unidos e elogiada por Washington pela maneira como lidou com a crise de dívida da Ucrânia, e o ex-ministro da Economia Aivaras Abromavicius, que encabeçou uma iniciativa de privatização de empresas estatais assoladas pela corrupção, mas renunciou em protesto contra a prática em fevereiro.
Ao discursar para a legislatura, Poroshenko afirmou que o novo governo deve honrar o comprometimento com as reformas assumido como contrapartida ao pacote de resgate financeiro de 17,5 bilhões de dólares do Fundo Monetário Internacional (FMI), que vem retendo os pagamentos desde outubro devido à crise política ucraniana.
"Enfatizo a necessidade imperativa e inviolável de manter a cooperação com o FMI e outros credores internacionais", disse.
(Por Natalia Zinets e Pavel Polityuk)