Por Fatos Bytyci
PRISTINA (Reuters) - O Parlamento do Kosovo aprovou uma mudança na Constituição nesta segunda-feira e a criação de um tribunal de crimes de guerra, no qual o Ocidente quer julgar ex-guerrilheiros étnicos albaneses por supostos crimes, incluindo tráfico de órgãos.
A votação aconteceu apenas um mês após o Parlamento ter tentado, pela primeira vez, aprovar a criação do tribunal, visto por muitos albaneses do Kosovo como uma tentativa de manchar a reputação de sua resistência de guerrilha contra o governo sérvio, entre 1998 e 1999.
As mudanças constitucionais foram endossadas por 82 deputados no Parlamento composto por 120 membros.
"Descobrir a verdade sobre algumas alegações de durante e após a guerra é um desafio com o qual temos que lidar", disse o primeiro-ministro, Isa Mustafa, a parlamentares antes da votação.
O agora extinto Exército de Liberação de Kosovo, que possuía em seus quadros muitos daqueles que hoje formam a elite política do Kosovo, há anos é alvo de alegações de que removia órgãos de prisioneiros sérvios, que eram então mortos e tinham seus órgãos vendidos no mercado negro.
Apoiadores financeiros e diplomáticos de Kosovo, a Organização das Nações Unidas e a União Europeia têm pressionado para que o Parlamento investigue essas acusações.
Eles disseram que o fracasso em criar o tribunal poderia levar a questão para o Conselho de Segurança da ONU e ao inevitável envolvimento da Rússia, um poderoso aliado da Sérvia que se opõe à soberania do Kosovo.