PARIS (Reuters) - Um parque temático francês causou protestos ao organizar uma apresentação com a presença de 9 mil pessoas, contornando regra que proíbe reuniões de mais de 5 mil, imposta para ajudar a conter a disseminação do coronavírus.
O Puy du Fou, que organiza encenações de eventos históricos franceses, teve permissão para ocupar 9 mil de seus 13 mil assentos no sábado, organizando suas arquibancadas ao ar livre em três blocos separados divididos por telas de acrílico.
Na semana passada, o governo do presidente Emmanuel Macron estendeu a proibição de reuniões de mais de 5 mil pessoas até 30 de outubro, mas disse que os prefeitos --administradores estaduais regionais indicados pelo presidente-- poderiam abrir exceções.
O evento do Puy du Fou provocou uma tempestade de protestos nas redes sociais e de políticos da oposição.
"Existem regras de distanciamento social e há dispensas para os amigos do presidente. Macron havia antecipado a (re) abertura do Puy du Fou (após o isolamento). Agora eles podem criar grupos de coronavírus", disse o secretário nacional do Partido Verde, Julien Bayou, no Twitter.
A ministra da Cultura, Roselyne Bachelot, negou que o proprietário do Puy du Fou, Philippe De Villiers, um ex-ministro conservador que tentou duas candidaturas presidenciais, tenha recebido tratamento especial. "Nenhum favorecimento foi dado em Puy du Fou", afirmou Bachelot à TV BFM nesta segunda-feira.
Ela disse que eventos ao ar livre para mais de 5 mil pessoas podem ter autorização, desde que tenham assentos individuais, distanciamento social rigoroso e uso obrigatório de máscara.
(Reportagem de Geert De Clercq)