Por Nicolás Misculin
BUENOS AIRES (Reuters) - Um grupo de partidários do presidente da Argentina, Javier Milei, anunciou a criação do que eles chamaram de um braço armado de seu partido libertário, apresentando o grupo como soldados leais determinados a defender a agenda do político de extrema-direita.
As chamadas "Forças Celestiais" foram lançadas no final do último sábado pelo conhecido apoiador de Milei e influenciador de direita, Daniel Parisini, que descreveu o grupo como a "guarda pretoriana" de Milei, em uma alusão à unidade de elite que protegia os imperadores romanos.
Nos Estados Unidos, grupos armados no estilo de milícias que apoiam o presidente eleito dos EUA, Donald Trump, fortemente endossado por Milei, tornaram-se politicamente ativos nos últimos anos.
Embora Parisini, um ativista libertário mais conhecido online como "Gordo Dan", tenha descrito o grupo como armado, nem ele e nem outros apoiadores importantes exibiram armas de fogo em um evento na capital Buenos Aires ou em um vídeo anunciando a formação do grupo.
Parisini, que ajudou a liderar a organização online antes da vitória eleitoral de Milei no ano passado, disse que o novo grupo competirá por cargos eletivos dentro do partido político A Liberdade Avança, de Milei, antes das eleições legislativas marcadas para o próximo ano.
"O grupo Forças Celestiais, que estamos formando aqui hoje, é o braço armado do A Liberdade Avança. É a guarda pretoriana do presidente Javier Milei", disse Parisini em um vídeo publicado online. "Somos seus soldados mais leais."
Milei, anteriormente um conhecido comentarista de televisão e congressista de um único mandato com língua afiada, aproveitou uma onda de raiva popular contra uma crise econômica prolongada para ganhar a Presidência em uma reviravolta chocante no final do ano passado.
Em meio a insultos dirigidos a socialistas, comunistas e outros supostos inimigos, incluindo até mesmo o papa Francisco, que é argentino, Milei prometeu cortar os gastos do governo e domar a inflação de três dígitos, que diminuiu drasticamente durante seu primeiro ano no cargo.