BOGOTÁ (Reuters) - Os rebeldes colombianos desarmados das Farc têm os olhos voltados para formar uma coalizão política para as eleições de 2018, disseram líderes nesta sexta-feira, quando o grupo marcou sua transição para um partido político com um show na praça central de Bogotá.
As antigas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, cujo partido político será chamado Força Alternativa Revolucionária do Comum, terminaram sua participação em uma guerra que matou mais de 220 mil pessoas sob um acordo em 2016 que garantiu anistia para maior parte de seus combatentes.
Ainda precisa ser provado se os ex-rebeldes podem convencer colombianos, muitos dos quais se irritaram, a apoiar o novo partido.
A decisão do grupo de preservar a famosa sigla Farc levantou dúvidas, dado que muitos colombianos associam a palavra a décadas de derramamento de sangue.
As Farc terão automaticamente 10 assentos no Congresso até 2026 sob termos do acordo e podem realizar campanha por outros.
As eleições legislativas e presidenciais estão programadas para 2018 e o partido planeja se juntar a aliados ideológicos para tentar formar uma coalizão, sem abandonar seus comprometimentos marxistas à reforma agrária e justiça social, informou o grupo.
“Nós estamos continuando, através de um partido exclusivamente político, nossa meta e aspiração histórica por uma nova ordem de justiça social e verdadeira democracia em nosso país”, disse o membro do secretariado Ivan Marquez em um evento de encerramento da conferência de seis dias do grupo para inaugurar o novo partido.
“Nós queremos que nossas ideias estejam disponíveis para um governo transitório de reconciliação e paz para as eleições de 2018, cuja fundação será uma grande coalizão democrática”, afirmou Marquez.
(Reportagem de Julia Symmes Cobb e Nelson Bocanegra)