Por Elizabeth Pineau
PARIS (Reuters) - O Partido Socialista francês suspendeu nesta sexta-feira as negociações com o objetivo de unir as agremiações de centro-esquerda e extrema-esquerda antes das eleições parlamentares de junho, em um sinal dos obstáculos que serão enfrentados pela esquerda em sua campanha para desafiar o presidente recém reeleito Emmanuel Macron.
Macron precisará de uma maioria no Parlamento para implementar suas políticas. Nas últimas eleições francesas para o Legislativo, o partido do presidente sempre garantiu uma maioria.
Mas os partidos à esquerda e à direita esperam conseguir parlamentares suficientes para que as coisas sejam diferentes dessa vez, mesmo que algumas pesquisas de opinião apontem para Macron assegurando a maioria.
O político de extrema-esquerda Jean-Luc Melenchon, que terminou em terceiro nas eleições presidenciais francesas em 10 de abril com cerca de 22% dos votos, está tentando unir a fragmentada esquerda --incluindo os Verdes-- sob sua bandeira.
Mas os Socialistas, que já governaram o país e estão hoje lutando pela sobrevivência após garantirem menos de 2% dos votos no dia 10 de abril, disse que isso pode acontecer apenas se seu partido France Insoumise (França Insubmissa) os tratar melhor nas negociações.
"Queremos chegar a um acordo entre todos os partidos de esquerda e os ecologistas", disse o líder socialista Olivier Faure em uma mensagem interna aos membros de seu partido vista pela Reuters.
"Mas para conseguir isso, vamos precisar de uma lógica verdadeira compartilhada. Precisamos romper com qualquer lógica hegemônica e aceitar a pluralidade. Nesse momento, não temos garantia disso", acrescentou.
(Reportagem de Elizabeth Pineau)