ISTAMBUL (Reuters) - Um pastor cristão norte-americano que enfrenta julgamento na Turquia por acusações de terrorismo recorreu novamente a um tribunal turco para liberá-lo da prisão domiciliar e suspender sua proibição de viagens, disse seu advogado à Reuters nesta terça-feira.
As relações entre os Estados Unidos e a Turquia têm se deteriorado devido ao julgamento do pastor cristão Andrew Brunson, que ficou preso durante 21 meses em uma prisão turca até ser transferido para prisão domiciliar no mês passado -- uma medida que Washington considerou insuficiente.
O documento de recurso visto pela Reuters argumenta que o tribunal deve interromper qualquer intervenção política ilícita e suspender as provisões de controle judicial impostas contra Brunson.
O pastor, que vive na Turquia há mais de duas décadas, é acusado de ajudar seguidores de Fethullah Gulen, um clérigo norte-americano que vive nos Estados Unidos que autoridades turcas dizem ter planejado uma tentativa de golpe de Estado contra o presidente Tayyip Erdogan em 2016.
"O tribunal deveria impedir intervenções políticas ilícitas ao suspender provisões de controle judicial contra o réu", disse o documento.
A lira turca despencou com preocupações sobre a intensificação da rixa entre Washington e Ancara, atingindo uma mínima recorde de 7,24 contra o dólar e perdendo cerca de 45 por cento neste ano.
Depois que Brunson foi transferido para prisão domiciliar, os Estados Unidos impuseram sanções contra dois ministros turcos e dobraram as tarifas alfandegárias sobre importações de alumínio e aço da Turquia.
O advogado de Brunson, Ismail Cem Halavurt, disse que o tribunal tem até 7 dias para decidir sobre o recurso. O pastor, que enfrenta até 35 anos de prisão se for considerado culpado, nega as acusações.
A próxima audiência do julgamento de Brunson está marcada para o dia 12 de outubro.