Por Philip Pullella
CIDADE DO VATICANO (Reuters) - O falecido papa Paulo VI, que liderou a Igreja Católica nos anos 1960 e 1970 – um dos períodos mais turbulentos da história contemporânea - e é lembrado por sua oposição à contracepção, será canonizado este ano, decidiu o papa Francisco.
Francisco fez o anúncio na quinta-feira, numa reunião particular com padres romanos. O Vaticano publicou a transcrição da conversa neste sábado.
Quando fez o anúncio, Francisco brincou que ele e o ex-papa Bento XVI, que renunciou em 2013 e está agora com 90 anos de idade "estão na lista de espera".
Paulo tornou-se papa em 1963 após a morte do papa João XXIII. Ele conduziu a Igreja à conclusão do Segundo Concílio do Vaticano, iniciado por seu predecessor, e a implementação de suas reformas modernizadoras. Ele morreu em 1978.
Ele liderou a igreja nos anos 1960, quando muitos padres deixaram ordens religiosas e a vocação à vida religiosa diminuiu fortemente em um período turbulento de mudanças sociais.
Paulo VI é talvez mais conhecido pela controversa encíclica Humane Vitae (Sobre a Vida Humana), na qual eternizou a proibição católica a métodos contraceptivos artificiais em 1968.
Nascido Giovanni Battista Montini, em 1897, Paulo passou boa parte da carreira no serviço diplomático do Vaticano antes de se tornar cardeal de Milão. Ele foi beatificado em 2014, após o primeiro milagre atribuído a ele.
Mais cedo neste mês, uma comissão teológica e médica do Vaticano aprovou um segundo milagre atribuído a ele.
A igreja ensina que Deus realiza os milagres, mas que os santos que estão junto a ele no céu intercedem em nome das pessoas que oram para eles.
Um milagre é normalmente uma cura médica inexplicável.
Paulo VI se tornará o terceiro Papa que Francisco canonizou desde sua eleição cinco anos atrás. Os outros são João XXIII, que morreu em 1963, e João Paulo, que morreu em 2005.