(Reuters) - O número de venezuelanos em busca de asilo no exterior quase triplicou em 2022, de acordo com a agência de refugiados da Organização das Nações Unidas (ONU), que mostrou que mais de dois em cada cinco novos requerentes de asilo globalmente no ano passado vieram da América Latina e do Caribe.
Os pedidos de asilo por venezuelanos aumentaram 186% no ano passado, para 264.000, em meio a uma crise econômica que começou em 2014, deixando muitos em dificuldade para pagar por bens e serviços básicos e provocando o maior êxodo de refugiados já registrado nas Américas.
Cerca de 5,45 milhões de venezuelanos foram contabilizados como refugiados ou necessitados de proteção internacional no final de 2022, de acordo com o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur), representando 16 em cada 100 globalmente.
Cuba, também atingida por sanções comerciais dos Estados Unidos e escassez de combustível, registrou o segundo maior número de asilos com 194.700, um aumento de seis vezes ante 2021. A lista segue com Nicarágua em 165.800, Colômbia em 90.500, Honduras em 79.700 e Haiti em 73.500.
Os requerentes de asilo permaneceram principalmente na região, particularmente nos países vizinhos, constatou o Acnur, com Estados Unidos, Costa Rica e México recebendo a maioria dos pedidos.
Globalmente, a agência registrou um aumento anual recorde de 21% em pessoas deslocadas no ano passado.
As pessoas com status de refugiado nas Américas chegaram a 800.600 no ano passado, com outras 5,2 milhões consideradas necessitadas de proteção internacional, acrescentou.
(Reportagem de Sarah Morland e Raul Cortes na Cidade do México)