Por Phil Stewart
WASHINGTON (Reuters) - Os militares norte-americanos disseram nesta sexta-feira que estavam identificando novas áreas nas quais poderiam trabalhar com aliados para pressionar o Irã em apoio à nova estratégia do presidente Donald Trump, que promete uma abordagem bem mais agressiva em relação a Teerã.
Trump minou o acordo nuclear com o Irã de 2015 nesta sexta-feira, indo de encontro a outras potências mundiais, ao optar por não confirmar que Teerã está cumprindo o pacto e alertar que ele pode vir a terminar com ele.
O presidente também prometeu lidar com o Irã de forma mais ampla, incluindo o apoio do país a grupos extremistas no Oriente Médio.
O major Adrian Rankine-Galloway, porta-voz do Departamento de Defesa, disse à Reuters que o Pentágono estava avaliando o posicionamento das suas forças assim como o planejamento, mas deu pouco detalhes sobre o tema.
"Estamos identificando novas áreas onde vamos trabalhar com os nossos aliados para pressionar o regime iraniano, neutralizar a sua influência desestabilizadora e conter a sua agressiva projeção de poder, particularmente no apoio a grupos terroristas e militantes”, afirmou ele.
Os militares norte-americanos são há muito tempo críticos ferrenhos do Irã, acusando o país de tentar minar os EUA e os seus aliados, incluindo no Iraque, Síria e Iêmen.
As tensões aumentaram nos últimos meses na Síria, onde pilotos norte-americanos derrubaram dois drones fabricados pelos iranianos.
Uma abordagem mais agressiva em relação ao Irã poderia provocar uma reação da Guarda Revolucionária do Irã e das forças apoiadas pelo grupo. Isso envolve o Iraque, onde tropas norte-americanas lutam contra o Estado Islâmico e tentam manter distância de combatentes xiitas alinhados com o Irã.
"As forças dos EUA no Iraque estão bem expostas, e as forças da coalizão estão bem expostas ao risco de ataques, se elementos iranianos assim decidirem”, declarou Jennifer Cafarella, do Instituto para o Estudo da Guerra, um centro de análises em Washington.
Os militares norte-americanos estão analisando um projétil explosivo que matou um soldado do país no Iraque neste ano. A volta do dispositivo, que combatentes xiitas apoiados pelo Irã costumavam usar contra as tropas dos EUA no Iraque antes da retirada de 2011, surpreendeu as autoridades dos Estados Unidos.