Por Robertson S. Henry e Kate Chappell
KINGSTOWN, São Vicente e Granadinas (Reuters) - Rios de lava quente, fragmentos de rocha e gás escorreram pelos flancos do vulcão La Soufriere na pequenina ilha caribenha de São Vicente nesta segunda-feira, após a maior explosão do vulcão até hoje, desde o início da erupção quatro dias antes.
O La Soufriere entrou em erupção na sexta-feira após décadas de inatividade, bombeando nuvens escuras de cinzas a 10 quilômetros e forçando a saída de moradores da região por terra e por mar.
Nenhuma morte foi reportada até agora, mas cerca de um terço da área da ilha está isolada e o espaço aéreo continua fechado enquanto o fornecimento de água e energia elétrica está intermitente em algumas comunidades.
Vários habitantes da ilha disseram à Reuters que estavam evitando sair já que as cinzas estão entupindo o ar e se transformando em algo parecido com cimento em contato com a chuva, dificultando a locomoção a pé, ou por carro.
"Estamos sofrendo com as cinzas, e fica difícil respirar às vezes", disse Aria Scott, de 19 anos, uma estudante moradora da capital Kingstown. "Eu não vou lá fora pois não quero assumir o risco".
A explosão de segunda-feira, que aconteceu às 4 da manhã no horário local, foi a mais poderosa até hoje, afirmou Erouscila Joseph, diretora do Centro de Estudos Sísmicos da Universidade das Índias Ocidentais, que alertou que a erupção pode causar torrentes de lama conforme as cinzas chegarem aos rios.
"Acreditamos que mais explosões são possíveis nos próximos dias ou semanas", disse.
São Vicente e Granadinas, que tem população de pouco mais de 100 mil pessoas, não passa por atividade vulcânica desde 1979, quando uma erupção causou cerca de 100 milhões de dólares em prejuízos. A erupção do La Soufriere - que significa "saída de enxofre" em francês - em 1902 matou mais de mil pessoas.
(Reportagem de Robertson S. Henry em Kingstown e Kate Chappell em Kingston)