Por Marco Aquino
LIMA (Reuters) - O Uruguai rejeitou um pedido de asilo do ex-presidente peruano Alan García, que atualmente é investigado em sua terra natal devido a alegações de corrupção, disse o ministro das Relações Exteriores do Peru, Néstor Popolizo, nesta segunda-feira.
Autoridades uruguaias notificaram o Peru da decisão e disseram que García, de 69 anos, deixou a embaixada do Uruguai em Lima depois de cerca de duas semanas no local.
"Eles realizaram uma avaliação da situação e chegaram à conclusão de que este não era um caso de perseguição política", disse Popolizo à emissora de rádio local RPP.
García, que foi presidente de 1985 a 1990 e novamente entre 2006 e 2011, pediu asilo na embaixada do Uruguai pouco depois de um juiz proibi-lo no mês passado de deixar o Peru durante um ano e meio enquanto é investigado por ter supostamente recebido propinas durante a construção de um trem elétrico em Lima, uma obra da empreiteira brasileira Odebrecht.
O procurador do caso, José Pérez, também acusou García de receber 100 mil dólares para participar de uma conferência no Brasil e disse que o dinheiro provavelmente veio de um fundo da Odebrecht usado para pagar propinas em vários países latino-americanos.
O escândalo de corrupção abrangente da Odebrecht implicou dezenas de autoridades de alto escalão de toda a América Latina, que foram acusadas de receber suborno em troca de contratos de obras públicas.
Em 1992 García pediu asilo na embaixada da Colômbia em Lima enquanto era investigado por corrupção e enriquecimento ilícito.