LIMA (Reuters) - O governo peruano propôs anular o Estado de Emergência em uma zona de conflito, desde que a comunidade indígena que protesta contra a mina Las Bambas, da empresa chinesa MMG, pare o uso da força, disse o primeiro-ministro nesta segunda-feira.
Salvador del Solar fez a proposta ao líder da comunidade Fuerabamba, Gregorio Rojas, durante uma reunião no domingo para iniciar um processo de diálogo junto com a empresa visando colocar fim ao conflito, que interrompeu as exportações de uma das maiores minas de cobre do país.
"O que acertamos é que primeiro ele vai consultar se sua comunidade está de acordo. Ele não pode tomar decisões hoje mesmo sem consultar os habitantes de sua própria comunidade", disse De Solar em um comunicado de seu escritório.
Não foi possível contatar Rojas de imediato nesta segunda-feira. Seu advogado disse que ele estava a caminho da região andina de Fuerabamba, cujos habitantes continuam impedindo o acesso a Las Bambas e à estrada usada para receber provisões e transportar cobre.
O governo declarou o estado de emergência na zona de conflito, suspendendo o direito de livre circulação por 15 dias e autorizando as Forças Armadas a restabelecerem a ordem no distrito de Challhuahuacho, da região Apurimac.
Mas as autoridades ainda não tentaram despejar os manifestantes à força, temerosas dos choques violentos que frearam empreendimentos de mineração no passado.
Las Bambas produz cerca de 400 mil toneladas de cobre por ano no Peru, o segundo maior produtor mundial do metal.
(Por Mitra Taj e Marco Aquino)