LIMA (Reuters) - A produção de cocaína está crescendo no Peru, perto da fronteira com Brasil e Colômbia e longe da maior área de cocaína do país, onde as forças de segurança ainda combatem narcotraficantes e rebeldes de esquerda, disse o ministro da Defesa peruano, Jorge Nieto, nesta quinta-feira.
O ministro afirmou a jornalistas estrangeiros que ações criminosas aumentaram como produto do tráfico de drogas na região do rio Putumayo, na fronteira com a Colômbia e no chamado trapézio amazônico, compartilhado também por Brasil e Peru.
"Temos uma situação muito complicada lá", disse Nieto na sede do quartel do Exército. "Está se abrindo um espaço para o cultivo da folha de coca e há novos métodos de produção de cocaína que aceleram os processos."
Nieto não forneceu números da produção de coca na zona fronteiriça. Mas um relatório da entidade local antidroga Devida lançado em maio indica que o cultivo da folha de coca em Putumayo triplicou em três anos, para 20.068 hectares em 2015.
O Peru está preocupado que os combatentes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) que se recusaram a entregar as armas após um acordo de paz com o governo poderiam buscar uma aliança com narcotraficantes que operam ao longo da fronteira.
"É gente treinada no uso de armas e tem 20, 30 anos nesta atividade. Portanto, é um modo de vida e é precisamente a razão da nossa preocupação", disse Nieto. "Temos que fortalecer nossos mecanismos nesta fronteira", completou.
Colômbia e Peru são os maiores produtores mundiais de coca e cocaína, segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU).
(Reportagem de Marco Aquino)