MADRI (Reuters) - Nem a esquerda nem a direita conseguirá uma maioria na eleição parlamentar da Espanha neste domingo, de acordo com um cálculo do jornal El País baseado em denezas de pesquisas de opinião.
Acompanhada com atenção, a compilação de pesquisas confirmou semanas de sondagens que indicaram que a eleição fará pouco para romper o impasse político prolongado na Espanha, mesmo forçando os eleitores a irem às urnas pela segunda vez neste ano e pela quarta vez em quatro anos.
Em vez disso, o levantamento sugeriu a emergência de um cenário político muito mais complexo, já que existe 60% de chance de nem a esquerda nem a direita obter os 176 assentos necessários para garantir uma maioria no Parlamento de 350 cadeiras.
O Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), liderado por Pedro Sánchez, deve liderar com 117 assentos, menos do que os 123 conquistados na eleição inconclusiva de abril.
Seu principal rival, o conservador Partido Popular (PP), pode chegar a 92 cadeiras, um avanço considerável em relação às 66 que conseguiu na votação anterior.
O partido de extrema-direita Vox, que conseguiu suas primeiras cadeiras parlamentares na eleição passada, deve ver suas vagas quase dobrarem de 24 para 46, superando o Podemos, de esquerda, e o Ciudadanos, de centro-direita, e se tornando o terceiro maior grupo do Parlamento, mostrou a compilação.
Várias pesquisas recentes indicam que o apoio ao Vox aumentou desde a irrupção de protestos, às vezes violentos, na Catalunha após a imputação de penas de até 13 anos de prisão a nove líderes separatistas no mês passado.
Juntos, os socialistas e o PP teriam cadeiras suficientes para alcançar uma maioria, mas os dois partidos rejeitaram publicamente um pacto para uma "grande coalizão".
(Por Andrei Khalip e Belen Carreno)