Por Chris Kahn
(Reuters) - Uma pequena maioria dos norte-americanos defende que o ex-presidente Donald Trump seja condenado pelo Senado e impedido de ocupar cargos públicos, de acordo com uma pesquisa Reuters/Ipsos, que mostrou uma forte divisão partidária sobre o assunto.
A pesquisa de opinião pública nacional, conduzida na quarta e quinta-feira, revelou que 51% dos norte-americanos acreditam que Trump deveria ser considerado culpado por incitar a invasão mortal ao Capitólio dos Estados Unidos em 6 de janeiro. Seu julgamento no Senado está previsto para começar na semana de 8 de fevereiro, segundo declaração do líder da Maioria no Senado, o democrata Chuck Schumer.
Outros 37% disseram que Trump não deveria ser condenado e os 12% restantes não tinham uma posição firme.
Quando questionados sobre o futuro político do ex-presidente republicano, 55% afirmaram que Trump não deveria ter permissão para exercer cargo eletivo novamente, enquanto 34% disseram que ele deveria ter permissão para fazê-lo e 11% não tinham uma posição definida.
Se o Senado votar para condenar Trump, será necessário realizar uma segunda votação sobre impedi-lo de ocupar cargos novamente.
As respostas foram quase inteiramente divididas pelas linhas partidárias. Enquanto 9 em cada 10 democratas dizem que Trump deveria ser condenado e impedido de ocupar cargo novamente, menos de 2 em cada 10 republicanos concordaram, mostrou a pesquisa.
Segundo o levantamento, 55% dos norte-americanos aprovam o presidente Joe Biden, que assumiu o cargo na quarta-feira. Em comparação, 43% aprovavam Trump durante sua primeira semana de mandato em 2017, e o nível de aprovação de Trump nunca subiu acima de 50% nas pesquisas semanais realizadas ao longo de seu mandato de quatro anos.
A Câmara dos Deputados dos EUA, que aprovou impeachment de Trump pela segunda vez no início deste mês, deve enviar ao Senado o artigo de impeachment na segunda-feira, acusando-o de "incitamento de insurreição". Trump, o único presidente dos EUA a sofrer impeachment duas vezes, também será o primeiro ex-presidente a enfrentar um julgamento de impeachment no Senado após deixar o cargo.
De acordo com a pesquisa, os republicanos estão divididos sobre se seus representantes no Congresso deveriam trabalhar com Biden em objetivos comuns.
Entre os entrevistados que se identificam como republicanos, quase metade disse que deseja que seus representantes no Congresso trabalhem com o novo presidente "mesmo que isso signifique comprometer questões que são importantes para mim", enquanto 4 em cada dez querem que eles se oponham a Biden toda vez, “mesmo que isso signifique que o governo não possa responder a questões urgentes".
A pesquisa Reuters/Ipsos foi realizada online, em inglês, em todo Estados Unidos, com respostas de 1.115 adultos norte-americanos, incluindo 538 democratas e 373 republicanos. Possui intervalo de credibilidade, que é uma medida de precisão, de 3 pontos percentuais.