BOGOTÁ (Reuters) - O ex-guerrilheiro colombiano Gustavo Petro, de esquerda, e o magnata da construção Rodolfo Hernández estavam tecnicamente empatados antes do segundo turno das eleições presidenciais no país, mostrou uma pesquisa nesta quarta-feira.
Petro, um ex-rebelde do M-19 e prefeito de Bogotá, ficou com 40,3% dos votos no primeiro turno realizado no domingo com promessas de mudanças sociais e econômicas, incluindo redistribuição de pensões, universidade pública gratuita e políticas ambientais robustas.
Mas suas promessas podem ressoar menos com os eleitores agora que seu rival surpresa é o Hernández, 77, um candidato anti-establishment que se comprometeu a encolher o governo e usar a poupança para pagar a dívida estudantil, cortar o imposto de valor agregado quase pela metade a 10% e combinar subsídios em uma renda básica.
Hernández ficou com 28,2% dos votos no domingo, mas agora é apoiado pelo antigo candidato de centro-direita Federico Gutierrez, que teve 23,9%, e provavelmente muitos de seus eleitores.
A pesquisa, feita pelo instituto Centro Nacional de Consultoria para o veículo local de mídia CM&, mostrou os dois candidatos empatados dentro da margem de erro de 2,8%.
Hernández aparece com 41% das intenções de voto, enquanto Petro soma 39%.
Cerca de 14% das pessoas não responderam ou não sabiam, enquanto 5% disseram que entregariam cédulas em branco.
O peso colombiano e a bolsa de valores do país reagiram inicialmente de forma positiva à notícia de que Hernández iria para o segundo turno e potencialmente venceria Petro.
Mas o reação pode ser de curta duração, disseram os analistas, porque é improvável que ambos os candidatos adotem políticas para baixar o alto nível de endividamento do país ou melhorar as condições comerciais.
Hernández, um filho de fazendeiro que diz ter uma fortuna de 100 milhões de dólares, é conhecido por vídeos excêntricos na rede social TikTok e promete com veemência combater a corrupção, embora ele próprio esteja atualmente sob investigação por supostas irregularidades.
Petro, que atualmente é senador, ganhou primeiro o reconhecimento nacional por discursos apaixonados no Congresso criticando a corrupção e a violência praticada por grupos paramilitares de direita e seus aliados políticos.
A pesquisa ouviu 1.200 pessoas entre 30 e 31 de maio.