SANTIAGO (Reuters) - O presidente chileno, Sebastián Piñera, afirmou que chegará ao final de seu mandato em 2022 apesar dos protestos sociais intensos que abalam o país sul-americano há mais de duas semanas, em declarações feitas ao canal BBC.
A hashtag #RenunciaPiñera se popularizou em muitas das manifestações, que deixaram ao menos 18 mortos e milhares de detidos, e partidos de esquerda afirmam que tentarão afastá-lo politicamente.
"É claro que chegarei ao fim de meu governo. Fui eleito democraticamente por uma enorme maioria de chilenos, e tenho um dever e compromisso com esses que me elegeram e com todos os chilenos", disse o mandatário na entrevista à televisão britânica.
Opositores acusam Piñera e seu ex-ministro do Interior, Andrés Chadwick, de serem responsáveis por violações sistemáticas dos direitos humanos durante os protestos, e em especial por terem declarado um estado de emergência que levou forças militares às ruas.
A "Acusação Constitucional" contra o líder de centro-direita visa tirá-lo do posto, e o proibiria de ocupar cargos públicos durante cinco anos.
"Estou absolutamente seguro de que nenhum deste tipo de acusação vai prosperar porque a solução na democracia é respeitar as regras", acrescentou.
Depois de ser aprovada pelos deputados, uma acusação contra o presidente necessitaria da aprovação de dois terços do Senado.
(Por Fabián Andrés Cambero)