Por Stephen Farrell
JERUSALÉM (Reuters) - Placas de trânsito da embaixada dos Estados Unidos foram colocadas em Jerusalém nesta segunda-feira, antes da abertura na semana que vem da missão, em concordância com o reconhecimento do presidente Donald Trump da cidade como capital de Israel.
Trump diz estar cumprindo a legislação norte-americana e promessas presidenciais de décadas. Outras potências mundiais não seguiram a ação, evitando uma das disputas mais tensas entre Israel e os palestinos, que desejam um Estado próprio com Jerusalém Oriental como a capital.
Trabalhadores instalaram as placas em preto e branco, em inglês, hebraico e árabe, em ruas que levam ao prédio consular norte-americano no sul de Jerusalém, que será remodelado como a embaixada quando for formalmente realocado de Tel Aviv em 14 de maio.
“Isto não é um sonho. Isto é realidade. Estou orgulhoso e emocionado de ter pendurado nesta manhã as primeiras placas que foram preparadas para a embaixada dos EUA”, disse o prefeito de Jerusalém, Nir Barkat, no Twitter.
Israel capturou Jerusalém Oriental de controle jordaniano na guerra do Oriente Médio de 1967 e anexou a região em uma ação não reconhecida internacionalmente. A última rodada de conversas de paz sobre um Estado palestino na Cisjordânia e Faixa de Gaza desmoronou em 2014.
“Esta mudança (da embaixada) não é só ilegal, como também irá impedir a conquista de uma paz justa e duradoura entre dois Estados soberanos e democráticos nas fronteiras de 1967, Israel e Palestina vivendo lado a lado em paz e segurança”, disse em comunicado o negociador palestino Saeb Erekat.
Trump não irá participar da abertura. A delegação norte-americana irá incluir o secretário do Tesouro, Steve Mnuchin, a filha de Trump, Ivanka Trump, o genro de Trump, Jared Kushner, assim como o embaixador norte-americano David Friedman, e também Jason Greenblatt, negociador de Trump para paz no Oriente Médio, informou nesta segunda-feira a Casa Branca.
"EMOCIONADOS"
No local do consulado, escavadoras retiravam escombros conforme trabalhadores colocavam placas da embaixada nas ruas e prendiam bandeiras dos Estados Unidos, Israel e Jerusalém nos postes de luz.
“Nós estamos emocionados que a embaixada americana está vindo para cá, finalmente”, disse Ruthann Nahum, uma nova-iorquina de 64 anos que se mudou para Israel há 35 anos. Dona de restaurante, ela vive no bairro de maioria judia de Arnona.
O governo Trump deixou a porta diplomática aberta para um acordo negociado entre Israel e os palestinos para definir fronteiras de Jerusalém.
Nesta segunda-feira, o Paraguai informou estar planejando transferir sua embaixada para Jerusalém, se tornando o terceiro país a fazer isto, após EUA e Guatemala.
(Reportagem adicional de Doina Chiacu, em Washington)