Por Jeferson Ribeiro
BRASÍLIA (Reuters) - O PMDB reunirá seu conselho político na próxima semana para debater a reforma política, depois que a presidente Dilma Rousseff pediu nesta terça-feira que o presidente da legenda e vice-presidente da República, Michel Temer, a ajude a articular um amplo diálogo em torno do tema.
A reforma política foi apontada pela presidente no seu discurso após ser reeleita, no domingo, como a mais importante do segundo mandato. Ela voltou a defender a realização de um plebiscito para determinar que pontos devem ser analisados pelo Congresso.
Essa proposta de plebiscito para a reforma política, também sugerida pela petista, já foi derrotada pelo Congresso no ano passado, após as manifestações populares.
Naquele momento, uma das respostas de Dilma aos protestos foi a proposta de realização de uma reforma política e a apresentação ao Congresso de alguns pontos que deveriam constar de um plebiscito popular para realizá-la.
O conselho político do PMDB inclui ministros do partido, presidentes e ex-presidentes da Câmara e do Senado, governadores, ex-presidentes da República e os membros da Comissão Executiva da legenda.
Durante a reunião desta terça, Dilma e Temer teriam conversado sobre a conveniência de retomar a ideia de plebiscito para a reforma política e o peemedebista lembrou que uma consulta popular poderia ser feita por meio de um referendo, relatou à Reuters uma fonte próxima a Temer.
Num plebiscito, os eleitores definiriam que temas devem ser abordados pelo Congresso numa reforma política, já determinando qual encaminhamento deve ser dado.
Os eleitores podem ser questionados, por exemplo, sobre como deve ser o financiamento das campanhas eleitorais, se público ou privado. Se o resultado indicar que o financiamento deve ser público, o Congresso deve fazer uma reforma política com esse ponto.
No caso de um referendo, o Congresso faria as mudanças que considerar necessárias, que só passariam a valer caso a maioria da população as aprovasse nas urnas.
A fonte ouvida pela Reuters disse, sob condição de anonimato, que um plebiscito para a reforma política pode ser muito complexo, porque normalmente esse instrumento é para indicar a concordância ou não da população em relação a um tema. E a reforma política envolveria muitos pontos, o que tornaria o plebiscito inviável.
A fonte não soube informar a reação da presidente sobre a possibilidade de fazer um referendo e não um plebiscito para o tema.
A reunião com Temer para tratar do tema logo após o resultado das eleições indica, segundo a fonte, que a presidente quer abrir seu novo mandato com a reforma já encaminhada.